Nunca me imaginei tendo que escrever sobre este assunto que está mais do que “batido”, mas o fato de ter um blog estar com a cara pra bater nesta internet todo santo dia acabou me induzindo a isto. Desculpem o texto longo…
Há tempos eu recebo alguns comentários e e-mails ‘diferentes” mas não sei se por inocência ou lerdeza, eu nunca tinha entendido bem o recado, até a última mensagem simples e direta que recebi. Quem me segue aqui, no meu blog de viagem e gastronomia ou nas minhas redes sociais sabe muito bem que eu amo comer e sou apaixonada por doces e vivo postando fotos de comida (sim, se eu tivesse tempo faria um curso de fotografias gastronômicas, o fundo de tela do meu computador só tem fotos de doces, compro docinhos de mentira para decorar minha casa e meu jogo de videogame preferido na infância era um que o Mickey andava pelo mundo dos doces…).
Claro que é normal muuuuitas mulheres perguntarem se eu sou doida, como eu aguento comer tudo aquilo e o que eu faço para não engordar…até aí ok, nada mais comum do que isso e na maioria das vezes é só comédia mesmo. Mas daí me perguntarem algo como….quanto tempo eu deixava a comida que eu ingeria no meu estômago……Oi ???? Então se isso é o que acontece, parem o mundo que eu realmente quero descer.
O mundo está ficando louco, as pessoas estão se matando em uma busca insaciável por algo que nem sempre é a sua realidade. Gente morrendo por tentar ter a porcaria da tal barriga negativa, perdendo o fígado por conta de anabolizantes…vomitando para poder comer e não engordar….que droga é esta ???
Gente que nunca fez academia na vida malhando de uma hora para a outra, 3 horas por dia, 7 dias por semana pois viu que sei lá quem na internet fez isso e virou uma Barbie. Enquanto isso outras param de comer sem acompanhamento nenhum, tomam o remédio que a amiga indicou ou seguem as dietas milagrosas do facebook. Na boa, uma coisa é ser saudável, outra é ser neurótico e maluco. O que mais se vê por aí é gente que fica na pilha de malhar, fica louco, toma milhões e coisas e esquece que o dia que cansar, não tiver tempo ou parar, o corpo não vai ficar para sempre deste jeito sem manutenção. A mesma malhação que faz um bem absurdo para saúde, pode ser muito prejudicial se feita de forma errada ou exagerada.
Esportista saudável sempre estará em forma, terá o corpo em ordem, a mente saudável e tal….gente que entrou na academia somente por pressão social (e não médica), só pensa em atingir o impossível, se espelha em alguém com o biotipo e estrutura óssea totalmente diferente do seu e quer ser feliz, me desculpe…isso para mim é o mesmo que colar a foto do Brad Pitt na geladeira e ficar olhando diariamente até o dia que conquistá-lo (ops…será que a Jolie fez isso ?).
Então vamos encurtar o assunto dividindo algumas coisas a meu respeito que nunca disse mas que podem acabar com algumas ideias erradas.
RX | Eu, Cinthia Ferreira…
Sempre fui super magra e até tive problemas com isso na adolescência. Com uns 17…18 anos eu fiquei mais ‘mulher” e engordei alguns quilos. Tenho 1,69 de altura e peso atualmente 53 quilos. Meu peso máximo foi 60 quilos quando tinha 19 anos, morei em Santa Catarina e me acabei nas delícias de lá. Depois disso acabei mudando radicalmente minha alimentação e voltei ao meu peso normal.
Tenho tronco e braços finos, mas tenho quadril largo e pernas mais grossas e tudo que eu engordo vai para lá. Fiz academia muitos anos e por falta de tempo acabei parando e sinto muita falta de condicionamento físico. Acho importantíssimo fazer exercícios principalmente pela questão da saúde e não apenas para ficar com corpo perfeito.
Não tomo e nunca ingeri NADA para emagrecer, nem para ficar malhada, nem para ‘queimar gordura’ ou nada do tipo. Hoje eu dia eu tomo vitaminas que foram receitadas pelo meu médico junto com probióticos e glutamina para ajudar o sistema imunológico.
Tenho intolerância a lactose em nível não tão avançado. Não posso de forma alguma tomar leite puro mas posso comer comidas com leite, queijos e doces, sem ter muitas complicações por isso. Então quando quero muito tomar leite ou iogurte, tomo estes que já vem sem lactose (com lactase) ou tomo capsulas de lactase.
Já tive colesterol alto, melhorei a alimentação, troquei o método anticoncepcional e hoje em dia meu colesterol ruim é baixo e o bom é ótimo. Faço exames anuais com meu cardiologista e levo muito a sério esta questão. Tanto que para mim, a circunferência abdominal é algo que sempre levarei em consideração na questão da saúde, muito além da beleza física. Mulheres principalmente devem ficar bem atentas a isso e não enxergar obesidade como algo feio, mas sim como algo que pode ser perigoso em alguma etapa de sua vida.
Como amo experimentar comidas novas e amo doces, controlo a alimentação no dia a dia. Tomo muitas sopas que eu masma faço, como muitos legumes quando estou em casa, prefiro mil vezes comidinhas de neném (potinhos) quando não tenho tempo do que uma lasanha congelada, não tomo refrigerante há mais de 15 anos, quase não tomo sucos artificiais e bebo muita…mas muita água e muito chá (sem açúcar). Quase não como frituras, lanches industrializados, salgadinhos de pacote ou bolachas com recheio. Bebida alcoólica, só uso para fazer comida. Sou descendente de Italianos por parte dos 3 avós então em quase todos os meus pratos só encontramos carboidratos. Estou bem longe de ter uma alimentação saudável como gostaria mas prefiro ainda comer um pouco de tudo enquanto a minha saúde estiver controlada e me permitir.
E sim, lógico que quando eu como demais eu engordo. Claro que a genética ajuda um pouco mas não sou melhor do que ninguém e sim…para emagrecer eu tenho que fechar a boca. Estou há mais de um mês e meio viajando, comendo errado e já engordei desde que sai de casa. Na volta terei que fazer uma bela reeducação alimentar. Poderia ser saudável mesmo viajando, poderia….eu optei por isso…não. Então bem feito para mim. Plantamos o que colhemos e eu sei disso.
Não estou, nunca estive e nunca estarei satisfeita com meu corpo. Como grande parte das mulheres (que não fazem parte do time da Angels da VS), sempre penso que poderia perder mais 3 quilos, sempre penso que se tivesse o bumbum durinho e tudo no lugar seria bem legal, mas ao mesmo tempo eu não luto para isso, então não posso reclamar. Gosto de comer e até que a saúde me permita, comerei minhas delícias com ou sem peso na consciência, não estou nem aí para a cara de espanto dos outros quando saio com gente que só come alface. Planejo sim voltar para academia, mas ainda espero me organizar e ter tempo para isso. E se algum dia tiver tempo e optar por algo, tentarei retomar o ballet que parei na adolescência ou voltar a fazer boxe e pilates, coisas que eu adorava fazer.
Vamos malhar de forma saudável, vamos tomar suco verde, azul, amarelo de bolinhas rosas…vamos comer melhor mas não só para postar no instagram, não para ser igual fulana ou sicrana, mas para ter saúde, ter qualidade de vida e ter um belo e longo futuro pela frente.
Finalizando com uma coisa muito séria e sem um pingo de preconceito, pois uma simples neurose feminina pode se transformar em uma doença gravíssima que estamos cansadas de ouvir falar. Se você percebe constantemente que muita gente fala que teu corpo está ótimo e você ainda se enxerga acima do peso, por favor procure um profissional que possa te ajudar, por mais que seja difícil acreditar que não é o mundo que está errado, mas você. Nossa mente nos prega peças que nem imaginamos e o espelho acaba mostrando uma realidade terrível e irreal. Não falo isso da boca para fora, pois apesar de não ter este tipo de problema com alimentação, há muito tempo fui diagnosticada com síndrome do pânico e sei muito bem o que é isso. Cansei de ter medos irreais, enxergar situações que não estavam acontecendo e tantas outras coisas. E escrevo aqui de coração aberto que a melhor coisa que eu fiz foi fazer terapia e aconselho o mesmo para qualquer pessoa que esteja passando por alguma situação difícil.
E se você que está lendo tem alguma amiga com algum transtorno alimentar, por favor ajude esta pessoa a procurar um profissional. Amiga não é aquela que só elogia a magreza conquistada, mas aquela que é capaz de auxiliar quando percebe um comportamento diferente.